O que eu acho mais absurdo nisso tudo é que os carros mais velhos, que supostamente poluem mais, ficam de fora dessa babaquice. Digo supostamente porque, se eu perguntasse para a minha sobrinha de 2 anos o que ela acha disso, certamente daria gargalhadas... que idéia mais estúpida!
Essa de usar o princípio de quem tem carro mais novo tem mais condições então é pior ainda. Desde quando um coitado que compra um Mille 0km em 800 prestações de 299 reais tem mais condições do que o fulano que tem na garagem de casa uma Cherokee ano 96 e uma BMW (qualquer uma serve) ano 95???
Afff...
Fábio, não é tão absurdo assim, não. Tem que haver um "corte" mesmo, ou seja, de certo ano pra trás, não será obrigatória a vistoria. A razão principal é a impossibilidade de carros mais antigos se adequarem aos atuais limites de poluição. Não por má vontade dos proprietários ou de quem quer que seja, mas por questões técnicas mesmo.
Dou, como exemplo, meu Charger, que é 1976. Ele polui mais que um Uno 0 km? Certamente. Muito mais. Mas como ele poderá ser enquadrado nas atuais atuais normas anti-poluição? Ele foi projetado e construído numa época em que essa preocupação era inexistente. Não tem catalizador, usa carburador em vez de injeção eletrônica. Nem por milagre ele ficaria dentro dos limites atuais. O que fazer, então? Serei obrigado a jogá-lo no lixo ou vender como sucata?
E mais: quantos Dodges 1976 rodam atualmente? Pouquíssimos. E quantos Unos 0 km são postos no trânsito diariamente?
É o mesmo caso a respeito de outras normas de segurança: ele tem cinto de segurança abdominal, e não o de três pontos. E pode ficar assim, por lei. E não é por simpatia dos órgãos de trânsito ou do governo, não. É impossível instalar cinto de três pontos, já que ele não tem coluna lateral e nem suporte para um cinto de segurança desse tipo.
Tratar desigualmente os desiguais é a forma mais justa. Não se pode exigir as mesmas coisas de um carro 2009 e de um carro da década de 20. Impossível.