nossa.. a coisa aqui cresceu..
Vou dar meu pitaco, e não será anti-ético, pois não tenho oficina, e sim preparo por hobbye como um entusiasta de preparação.
Eu acho que a principal confusão que ocorre nessa discussão sobre oficinas TOP, como a do Herrera é a confusão entre eficiência e eficácia, que por incrível que pareça, são resultados distintos.
O Herrera tem como base a eficácia e não a eficiência. Pouco importa se esta tirando leite de pedra.. se terá de transformar 2+2=5..
Ele precisa apenas alcançar o resultado que o cliente deseja, que normalmente é um carro confiável independente da potência. Ou seja, ele é eficaz. Alcançou o resultado do cliente, que é a confiabilidade.
Já outros preparadores(tão bons quanto, e na minha opinião, com muito mais know-how em preparação de alta eficiência, como o Tonhão da PowerPlus), se baseiam em eficiência.. Isso é..transformar 2 + 2 = 5..ou até 6.. colocando a confiabilidade em segunda plano quando o cliente permite tal.
Qual dos dois são melhores? Nenhum.. cada cliente se enquadra melhor em um deles.
O cliente(como a maioria aqui do CCB), que quer apenas um carro sobrealimentado para sair da lentidão de um motor atmosférico original, mas com confiabilidade plena, não há dúvida que o preparador eficaz nesse resultado, será o melhor.
Portanto, ele aplica pressões baixas(não vou comentar sobre as potências resultantes, para não causar polêmica, se não iniciará uma discussão infinita.. mas certamente não são eficientes com a pressão que roda nos motores desenvolvidos), com peças de qualidade e mão-de-obra qualificada = carro confiável, sem risco de quebra, mas nada acima da média em termos de eficiência de conjunto
É fácil fazer isso? Não.. Pois peças de alta qualidade e mão-de-obra qualificada, não é barata. Um mecânico decente, vc precisa remunera-lo bem, e não vai menos de 2,5K por mês. Uma oficina bem equipada, tem seu custo.. tudo isso entra no preço.. até o café que o cliente bebe na sala de espera.
Para quem já estudou administração sabe disso.
Então, acho que a discussão deveria ser dividida entre mérito de confiabilidade x custo/benefício, e mérito de know-how para se preparar motores eficientes. São caminhos de propósitos diferentes.
E concordo com o Rod quando ele exemplifica carros de pistas com potências absurdas, que só duram uma puxada.. Esses são aqueles puramente eficientes, mas sem qualquer durabilidade.
Acho que o mérito de know-how. seria aquele preparador que desenvolve um motor confiável, e o máximo eficiente com aquilo que tem em mãos.. aliás, esse é o resumo do que é engenharia.
E para começar, um motor sobrealimentado não destaca de forma plena a capacidade e know-how de fazer um motor eficiente, como um motor atmosférico. Por isso, essa é outra questão complexa de se discutir.
Oficinas fazem preparação com intuito financeiro.. entusiastas fazem preparação com intuito de lazer.
Eu fiz por pura diversão o motor do Ewerton, que com turbina nacional, coletor de admissão, coletor de escape desenvolvidos por mim, extraí 330hp com apenas 1,2 bar de um motor 1.7 litro.
Enquanto motores 2.0 16V preparados com peças gringas, com tudo que o dinheiro pode comprar, não alcança essa eficiência.
A minha preparação foi melhor? Talvez não.. tudo depende do objetivo do cliente. Se o cliente queria apenas 200hp, pq eu fui entregar 330? Me economizaria tempo de acerto e projeto, e seria ainda mais confiável(principalmente no que tange a transmissão).
Agora o que separa os homens dos meninos, são os motores aspirados de alta eficiência.. e não digo só esses de pistas rodando a 70% de nitrometano e 30% metanol... Mas sim motores atmosféricos rodando em rua e pista com confiabilidade de VMP, como os que o Steven desenvolve na Inglaterra.. Esse sim eu coloco um tapete vermelho e abaixo a cabeça.. Isso é ser preparador... Virar 320hp na gasolina de um 4 cilindros atmosférico de 2 litros com durabilidade para uma prova de 12 horas consecutivas.
Abraços,
Matheus S. Almeida
Este post foi editado por Matheusc20xe: 11 maio 2007 - 12:14